segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Relatos de terror

Um documento foi encontrado no acervo de Prestes com 233 nomes de torturadores. Além disso, encontraram descrições de sequestros, falsos suicídios e ligações de grupos paramilitares clandestinos com milícias argentinas.
O documento começa contando casos de militantes que desapareceram misteriosamente, mas no ano de 1976  as táticas tinham mudado. Até então, a vítima comparecia aos órgãos de repressão antes de "desaparecer", mas a partir daquele ano, os militantes não seriam mais vistos por outros presos, fazendo crer que tenham sido torturados em endereços diferentes não conhecidos pela opinião pública nacional.
 Um exemplo é que em 1975, um jornalista, depois de ter sido preso e torturado, resolveu denunciar à imprensa os maus tratos que tinha sofrido.Alguns dias depois, recebeu uma carta intitulada como " braço clandestino de repressão" contendo uma série de ameaças a ele e sua família, incluindo um aviso: " você é um, nós somos milhares". A suspeita, segundo os autores do relatório, é de que o tal grupo de extermínio, tinha ligações com a sanguinária Aliança Anticomunista Argentina (AAA).
Os autores do documento contam que venceram "obstáculos aparentemente intransponíveis" ao conseguirem se reunir pela quarta vez em quatro anos. A primeira reunião foi em fevereiro de 1973, quando elaboraram o primeiro relatório constando 28 casos de presos políticos assassinados sob tortura, descrevendo os casos minuciosamente. A segunda, no ano seguinte, contou com revelações de "elementos vinculados profissionalmente à maquina militar de sustentação do regime"- que, inclusive, ajudaram a levantar o nome dos primeiros torturadores. Já o terceiro relatório de 1975, fala das tentativas de camuflar as ações repressivas do regime, a partir de sequestros, assassinatos e desaparecimento de cadáveres.

Nenhum comentário:

Postar um comentário